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10 de novembro - Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

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No Brasil, o dia 10 de novembro é marcado pela comemoração do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A data foi instituída a partir da Portaria de Consolidação MS nº 1/2017, art.527, visando simbolizar a defesa da educação, conscientização e prevenção dos problemas decorrentes da surdez que acometem cerca de 5,8 milhões de brasileiros. 

 

Segundo o Ministério da Saúde, a surdez configura-se como a impossibilidade ou dificuldade de ouvir. Além disso, esta apresenta variações quanto às suas causas e classificações, podendo afetar pessoas de qualquer idade. 

 

No que diz respeito às causas congênitas, a surdez genética corresponde a 50% dos casos de incapacidade auditiva, em que os genes dos progenitores transmitem características que darão origem a dificuldade para ouvir. Além disso, doenças infecciosas adquiridas durante a gestação, podem ser agentes causadores da surdez nos bebês, como é o caso da Rubéola congênita e da Toxoplasmose. 

 

Por isso, os cuidados com a vacinação, assistência pré - natal e a alimentação são fundamentais para evitar complicações capazes de afetar o indivíduo durante toda a sua vida. A surdez adquirida, por sua vez, pode ser provocada pelo acúmulo de cera no ouvido, infecções (otite) ou comprometimento do nervo auditivo, sendo este último causado por viroses, meningites, toxicidade por uso de medicamentos, exposição contínua a ruídos intensos, presbiacusia (causada pela idade), entre outros fatores. 

 

Quanto aos tipos e graus de surdez, esta pode ser classificada em ligeira, quando a palavra pode ser captada, no entanto, elementos fonéticos como tom de voz e intensidade não são identificados; como também, pode ser categorizada em média e severa, sendo a palavra ouvida somente em elevada intensidade, além de ser necessário a leitura labial para viabilizar a compressão do que se fala; profunda, não havendo nenhuma sensação auditiva e apresentando intensa dificuldade para comunicação oral, sendo necessário o auxílio de gestos. Outrossim, em seu grau mais avançado, a surdez pode ser classificada em cifose, apresentando impossibilidade auditiva total. 

Algumas medidas de prevenção são essenciais para cuidar da audição. Entre elas, destaca-se a importância de evitar ambientes com ruído excessivo, especialmente quando a exposição é prolongada. 

Para trabalhadores expostos a riscos ocupacionais provocados pelo ruído, é fundamental o uso de equipamentos de proteção adequados. Ademais, é recomendável evitar ouvir música em volume muito alto, principalmente ao utilizar fones de ouvido. Infecções de ouvido, especialmente as recorrentes, representam riscos potenciais para a perda auditiva; por isso, é importante tratar esses casos com atenção. Ao notar alterações na audição, como a necessidade de aumentar o volume mais do que o usual, deve-se procurar atendimento médico o quanto antes. 

Outra medida importante é manter as orelhas secas para evitar a proliferação bacteriana, além de evitar o uso de cotonetes ou qualquer objeto dentro do canal auditivo.Por fim, realizar consultas regulares com um otorrinolaringologista é uma prática essencial para a manutenção da saúde auditiva.

Para que haja uma intervenção precoce, faz-se necessário que seja realizado o Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), que é um exame que detecta problemas auditivos no recém-nascido (preferencialmente nas 24h a 48h de vida ou no máximo no primeiro mês). Quando o primeiro teste apresentar alterações, um segundo teste deverá ser realizado em até 30 dias. Mesmo que a alteração seja unilateral, o reteste deverá ser feito nas duas orelhas. Em caso de resultados satisfatórios, os pais devem ser orientados sobre o monitoramento do desenvolvimento da audição e linguagem da criança e, sempre que necessário, o diagnóstico e reabilitação.

 

O tratamento para a perda auditiva depende da causa, mas sempre será prescrito por um otorrinolaringologista. Podem ser indicados: aspiração (em caso de água ou corpo estranho), lavagem de ouvido (para remoção de cera), em caso de otites, antibióticos, uso de aparelho auditivo, implante coclear, aparelhos auditivos CROS, que captam os sons do lado “afetado” e os transmitem ao ouvido “bom”, implante de condução óssea, que tem função similar a do aparelho auditivo CROS, mas conduzem o som por meio do osso até o ouvido interno. 

 

Além desses tratamentos, existem ainda cirurgias para casos raros em que a diminuição da audição acomete o ouvido externo ou ouvido médio. As principais são a timpanoplastia, que restaura a membrana timpânica quando perfurada, a mastoidectomia, quando há infecção do osso temporal e a estapedectomia, em que o estribo é substituído por uma prótese de metal.

 

Diante do exposto, vale salientar, também, que é imprescindível a adoção de medidas educativas e inclusivas para a comunidade surda. Nesse contexto, a linguagem dos sinais é um dos principais mecanismos para viabilizar essa inclusão, uma vez que proporciona acessibilidade e permite que indivíduos surdos ou com perda auditiva se comuniquem e compreendam o mundo ao seu redor. Desse modo, no Brasil, a Lei nº 10.436/2002 representa um marco para a comunidade surda, posto que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão. 

 

A comunicação por meio das Libras é realizada através de uma representação simbólica do alfabeto, representado por meio de gestos com as mãos, em conjunto com expressões faciais e corporais. 

 

Com isso, visando contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, o Grupo PET - Enfermagem, da Universidade Federal de Jataí, adotou o projeto intitulado como “Coral de Libras”, em que composições musicais, como o “Hino Nacional Brasileiro” e “Velha Infância” são traduzidas na linguagem dos sinais. Reforçando, assim, a importância de se estabelecer ambientes inclusivos em que todos possam se expressar. 

 

Confira abaixo algumas das fotos das nossas apresentações: 

 

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Informe-se. Cuide-se. Previna-se!

 

 

 

Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde, 2011

Biblioteca Virtual em Saúde, 2017

Ministério da Saúde, 2012

Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2020